Um Porto de (mais) milhões (do que nunca)

Nunca o Futebol Clube do Porto vendeu tanto numa época. Nem nos tempos de domínio de Jorge Mendes nem com ocdesaparecimento súbito do super heroí. Estará tudo perdido? Longe disso... 

Que o Futebol Clube do Porto vende como ninguém, já era certo. Agora que vende 'às centenas'...  Isso, é novidade. E ainda assim afirmo confiante termos condições para vencer o que queremos (e aquilo que, na verdade, temos de vencer). 

A saída de Alex Sandro para a Vecchia Signora segue-se às vendas de Danilo, Casemiro e Jackson -- por pouco não era um 'poker' de exportações para Espanha... -- e faz assim com que os cofres azuis e brancos cheguem aos 103 milhões de euros. Cento e três milhões de euros ganhos só este verão, mais do que na Silly Season pós-vitória na Champions (98,7) ou do que nos anos de ouro de Jorge Mendes ainda em Portugal (ontem, quando o negócio de Alex Sandro avançava, Mendes assistia ao duelo de campeões entre duas das 'suas' equipas, o Valência e o Mónaco), sem esquecer o ano em que, sorrateiramente, perdemos um super herói para as terras do gás. 

Se me preocupa? Não. Deixa-me, única e exclusivamente, triste. Triste de igual forma ao dia em que vi ser anunciada a saída de Danilo -- e assim perdemos os dois laterais titulares -- ou àquele em que nos foi dada a certeza de que não tornaríamos a ver Oliver (onde andas, pequeno herói...) de Dragão ao peito, mas não necessariamente preocupado. Porque, apesar de vendas e mais vendas, de trocas de talões e sacos de compras mais cheios (e pesados) do que nunca a sair (e entrar) do Dragão, temos equipa para cumprir os objetivos. 

Mais do que isso, temos um treinador já habituado à realidade e ao próprio futebol português e, agora sim e como sempre disse desde que foi apontado, em condição de poder lutar pelo título. Porque no ano anterior seria um extra feliz e não uma obrigação, Lopetegui tem, agora, de conquistar o título de campeão nacional. E sabe-o. E está em perfeitas condições. 

O plantel é coeso, encaixa do princípio ao fim e não tem lacunas de maior. Claro, Alex Sandro sai já depois de ter sido titular na primeira jornada, mas regressou Cissokho. Na baliza há Casillas, para segurar as redes com Helton e aumentar como nunca o potencial de marketing (já está a acontecer -- a beIN Sports comprou os direitos de transmissão da liga para Espanha) do clube. Lá à frente, Aboubakar prova valor e começa finalmente a escrever a sua tão desejosa história de amor (recíproca) com um clube de que tanto gosta e que a tanto quer. Tem ainda Osvaldo e Bueno prontos a apoiá-lo, não esquecendo que com Tello e Varela nos podemos dar ao luxo de começar com Brahimi fora do onze inicial. 

Como digo, o plantel perdeu (e ganhou) muito, sim, mas recuperou -- como aliás o faz sempre, demore um ou, no máximo, dez meses -- e está pronto para o que aí vem. Primeiro o título, aquele que nas últimas décadas é maioritariamente nosso, e depois os ditos bónus, que colocam sorrisos em todos. Quanto a nós, deste lado... Seria bom pintarmos por completo todos os estádios por onde a nossa equipa passe ao longo desta nova época. 

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